Texto de: Carlos Alberto Moraes Jr
Acadêmico de Jornalismo
Dos
últimos anos para cá, a Marvel vem
fazendo uma grande saga atrás de grande saga, com a desculpa de que elas
resultariam em algo enorme, nunca antes visto no mercado dos quadrinhos. A
última tentativa de ‘algo nunca antes visto’ começou com a publicação do Marvel NOW, uma completa reformulação na linha
editorial da Marvel, onde todas as revistas serão zeradas, porém seus
personagens não sofrerão um reboot, eles
continuarão com suas cronologias.
E
o evento escolhido para culminar nisso foi Vingadores vs X-Men. Para
entender essa série, temos que voltar algumas sagas pra trás até Dinastia
M, onde Wanda Maximoff (Feiticeira
Escarlate) desejou que não houvesse mais mutantes no mundo, e o
resultado foi que mais de 95% dos mutantes do mundo perderam seus poderes. Após
isso, os mutantes restantes, liderados por Scott Summers (Ciclope),
fundaram a nação Utopia X em uma ilha no meio da baía de São Francisco.
Obviamente deixou o governo americano irritado e com a ajuda da S.H.I.E.L.D., sitiou a ilha militarmente e os
mutantes passaram a ser odiados em toda a América. Nesse cenário nasce Hope,
a primeira mutante pós-Dinastia M. Ela é tratada como ‘a messias’ que, ou
salvará a humanidade e os mutantes, e/ou a destruirá. Com isso, Scott decide
deixar a garota aos cuidados de seu filho Cable, que a
adora e leva para ser criada no futuro.
Agora
chegamos em Vingadores vs. X-Men. Um
patrulheiro espacial Nova alerta Os Vingadores que a Fênix está vindo diretamente para
a Terra, e eles não têm como impedi-la. Após uma reunião com as mentes mais
brilhantes do universo Marvel, os Vingadores descobrem que a Fênix quer um
corpo, o corpo mutante de Hope Summers, que agora já é adolescente e vive em
Utopia X. Então os Vingadores apenas decidem que o melhor para o mundo é
colocar Hope sob vigilância onde a Força Fênix não a encontre, algo que Scott
não aceita bem, e todo o atrito mutante x EUA explode, e ele declara guerra
contra os Vingadores.
Lendo
o resumo até que parece interessante, mas a forma que ela foi conduzida não
agradou, As 12 edições tiveram muita encheção de lingüiça onde a história pouco
evoluía com bastante conversa fiada sobre Yin e Yang, com o Punho de Ferro, um personagem de
terceira, sendo um dos principais, além de tentarem coisas completamente sem
noção, como o Homem-Aranha tentar dar uma guia para o
desenvolvimento de Hope com ensinamentos até certos pontos filosóficos. Para
compreender completamente a saga, tem que ler dezenas (das quais li só algumas,
para ter alguma base) de outras revistas do universo mutante e dos Vingadores,
onde a história, sim, avança.
Há,
sim, bons momentos, com algumas cenas impactantes deixadas para o clímax das 4
últimas edições, como o Homem-Aranha contra Colossus e Magik, ambos
incorporados com a Força Fênix, e a morte (mais uma) de
um grande personagem do universo mutante na edição 11. Porém, no que
poderia ter sido O EVENTO da Marvel, ela não teve coragem de abordar temas que
fazem parte da história mutante, como o preconceito latente de uma sociedade
que os odeia, que já foram muito bem abordadas em histórias anteriores e
praticamente esquecidas nessa. Muito menos correlacionar algum acontecimento
dos quadrinhos com a nossa história recente (conflitos do ocidente com o
oriente médio, terrorismo, etc.).
Em resumo, Vingadores Vs X-Men foi
apenas uma desculpa esfarrapada da Marvel para reformular toda sua linha
editorial até que as vendas caiam (e caíram) e ela tenha que fazer uma nova
mega saga (as novas Guerras Secretas que está chegando ainda esse ano).
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