Um final de tarde longe da rotina, com troca de ideias e admiração
mútua. Assim, os idosos do Instituto de Longa Permanência Abrigo São José
visitaram nesta quarta-feira 17, a exposição fotográfica Visão de Gerontes, no
hall de entrada da Faculdade Estácio de Macapá.
O projeto foi apoiado pela Coordenação de
Extensão e coordenado pelos professores Barbara Faleiro, Gustavo Barbosa e
orientado pelo técnico do laboratório de fotografia do Nucom Aog Rocha.
O Visão de Gerontes objetiva conscientizar,
além da violência contra o idoso, aspectos como saúde, cultura, rotina e
convivência social, por meio de discussão, crítica e mobilização de
espectadores para ações de cuidados, zelo e apoio, através de imagens que
retratem a realidade atual dos anciãos.
A exposição faz parte da programação alusiva ao dia 15 de junho,
Dia Mundial de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa e se estenderá até
sábado 20. Quinta e sexta-feira, no instituto, haverá palestras, ações
pedagógicas e a famosa festa junina, que, além de animar os 61 idosos, atrai
para o festejo toda a comunidade.
A diretora geral do Abrigo, Marlete Ferreira,
enaltece os idealizadores do projeto e destaca a forma divertida como os idosos
se posicionaram diante das fotos. "Todos estão muito animados com o passeio
pela faculdade, vendo as fotos e interagindo com os alunos. Uns dizem que estão
mais bonitos, outros gostam das poses. Enfim, para eles foi uma diversão
completa".
A exposição, desde segunda-feira, chama a
atenção dos alunos, que param para analisar um olhar diferente sobre a melhor
idade e compreender um cotidiano que muitos desconhecem.
"Essa a ideia aproxima os jovens, o
público em geral, dos idosos. Mostra que eles não podem ser esquecidos e que
necessitam de um cuidado especial e o abrigo faz esse trabalho com
excelência", frisa o professor Gustavo Barbosa, um dos coordenadores do
projeto.
Um dos destaques da exposição, seu Iveto
Rodrigues de Oliveira, de 78 anos, exibe para todos suas poses em estúdio,
orgulhoso da experiência de ter sido "modelo" por alguns dias,
contando aos alunos um pouco de sua história que já soma 13 anos de Abrigo São
José, entre idas e vindas. Solteiro e com a morte da única filha ocorrida há
muitos anos, resolveu que, morar em um local destinado à pessoa idosa, era a
melhor solução.
"Devido a uma enfermidade, procurei o
abrigo em 2002. Já visitei meus irmãos em Fortaleza, no Ceará, algumas vezes.
Mas, prefiro morar no abrigo. Lá é meu lar, minha família. Me sinto bem todos
os dias. Ficando num local onde a gente é tratado com dignidade, não há coisa
melhor", frisou.
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